top of page
Foto do escritorFran Mateus

Minha admiração por quem trouxe a Starbucks para o Brasil

Atualizado: 9 de set. de 2022

No dia 2 de dezembro de 2006, eu estava fazendo um intercâmbio de inglês e explorando as belezas de Sidney, quando recebi um e-mail de um amigo dizendo o seguinte: "Fran, você não vai acreditar! A Starbucks está no Brasil! Estão inaugurando uma loja no Shopping Morumbi!" (1/12/2006 em São Paulo). Ele sabia que eu era muito fã da marca e iria amar essa notícia!


Quando voltei para São Paulo, no início de 2007, fui ao Morumbi tomar o meu primeiro Latte em solo brasileiro. Obviamente, o meu lado mulher de negócios quis saber quem foi que conseguiu trazer a maior rede de cafeterias do mundo para o Brasil. Resposta: a executiva carioca e também apaixonada pela marca, Maria Luisa Rodenbeck. A partir de então, eu passei a acompanhar tudo que era publicado sobre os planos dela para expandir a Starbucks em nosso território.


De todas as entrevistas concedidas por Maria Luisa, "Vai um cafezinho aí?" (IstoÉ Dinheiro, 29-08-2007) tocou fundo a administradora de empresas que existe em mim. Nela, a jornalista Adriana Mattos deu uma visão geral de como, depois de 9 anos de persistência, a executiva conseguiu convencer Howard Schultz (o homem por trás do sucesso global da marca) de que o Brasil era um destino promissor e potencialmente lucrativo. Mattos também fez uma lista com 10 conselhos de Maria Luisa para quem desejasse vencer no mundo dos negócios. Depois de ler a matéria, perguntei a um dos funcionários da Starbucks como Maria Luisa era como gestora. O que ele me disse, deixou-me certa de que aquela mulher realmente praticava o que falava.


É preciso agir com o coração, fazer o que te dá realmente paixão. (Maria Luisa para a IstoÉ Dinheiro).

Na mesma reportagem, Maria Luisa falou sobre os planos para a expansão da Starbucks no Brasil. Infelizmente, poucos dias depois disso, em 1 de outubro de 2007, um acidente de trânsito tirou a vida e a continuação do sonho dela. Quando faleceu, a executiva já tinha deixado 5 lojas abertas em São Paulo e 1 prestes a inaugurar na Alameda Campinas com a Alameda Santos. Maria Luisa não pôde continuar o seu plano de negócio, mas a semente que ela plantou cresceu e deu muitos frutos: mais de 130 lojas em sete Estados brasileiros até o momento dessa postagem.

Quanto a mim, eu fiquei muito triste com o final trágico daquela mulher jovem, determinada e uma das poucas referências femininas de sucesso no universo corporativo brasileiro. Quatro anos depois, as ideias e os 10 conselhos de Maria Luisa continuavam fazendo sentido para mim, tanto que criei um texto sobre eles para o blog que eu tinha na época. O que eu não imaginava era que aquele post sobre o pensamento de uma executiva que eu não pude conhecer pessoalmente, mas de quem eu continuava me sentindo próxima por causa da paixão em comum pela Starbucks e da forma de enxergar o mundo dos negócios, acabaria gerando um convite para eu dar uma entrevista para um livro sobre a vida dela.




O livro se chamou "Vai um cafezinho?" (2019, Buzz Editora), foi idealizado por Ana Amelia Whately (parente e amiga querida de Maria Luisa e de quem eu tive a felicidade de me tornar amiga também) e foi escrito por Luciana Medeiros. Nele, a história da executiva é apresentada através do olhar de quem a conheceu de perto: familiares, amigos e colegas de trabalho (talvez eu seja a única presente ali que não a conheceu pessoalmente). Entre os entrevistados encontra-se Howard Schultz (eu também o admiro muito), que disse o seguinte a respeito dela:


Maria Luisa tinha essa capacidade única e especial de trazer as pessoas para perto. Não é fácil encontrar mulheres com a sua coragem, aliada a um saudável respeito pela tradição da Starbucks. Agia com naturalidade e espontaneidade. E era tão verdadeira!.

"Vai um cafezinho?" nos permite conhecer tanto a Maria Luisa Rodenbeck que trouxe a Starbucks para o Brasil como o ser humano que ela era e a forma como a sua carreira foi desenvolvida. Ao final do livro, a minha conclusão foi a de que aquela mulher foi uma pessoa rara e uma profissional fora de série, o que me fez admirá-la ainda mais.


Hoje, quinze anos depois de receber aquele e-mail com a notícia da chegada da minha marca de cafés favorita no Brasil e de conhecer a história da visionária que trabalhou incansavelmente para que isso acontecesse, eu continuo, de tempos em tempos, revisitando as ideias atemporais de Maria Luisa em busca de inspiração. Numa dessas vezes, eu juntei o útil ao agradável, peguei o livro e fui reler os conselhos dela saboreando um delicioso café Latte numa Starbucks aqui perto. Tenho certeza de que Maria Luisa gostaria de saber que foi lembrada dessa forma.



Kommentare


bottom of page